Entre aplausos e protestos: o 7 de Setembro de Lula em Brasília
O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, realizado neste domingo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi marcado por contrastes. De um lado, a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da primeira-dama Janja e de ministros de Estado, em um evento oficial que exaltou símbolos da Independência. De outro, a ausência de figuras centrais do Judiciário e do Senado, além dos gritos de “sem anistia” vindos das arquibancadas.
A cerimônia começou às 9h10, com Lula passando em revista às tropas a bordo do tradicional Rolls Royce presidencial. O público lotou as arquibancadas para acompanhar as apresentações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que exibiram poderio militar e ordem unida no coração de Brasília.
Autoridades presentes e ausentes
Ao lado de Janja, Lula esteve acompanhado de 30 ministros de Estado. Também marcou presença o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), um dos principais aliados de Arthur Lira.
Por outro lado, nenhum dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal compareceu. A ausência foi notada em meio ao clima político de tensão entre Executivo e Judiciário. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cumpria agenda em São Paulo, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também não participaram da cerimônia.
Gritos de “sem anistia”
Enquanto Lula e Janja desfilavam diante do público, parte da plateia gritou “sem anistia”, em referência ao julgamento da suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), iniciado no último dia 2.
Os protestos refletiram a divisão política do país e mostraram como até mesmo o 7 de Setembro, data cívica de celebração da Independência, tornou-se palco de disputas e narrativas.
Protestos paralelos
Além do desfile oficial, grupos de direita e esquerda organizaram atos em diferentes pontos de Brasília. De um lado, apoiadores de Bolsonaro pediram liberdade para investigados e criticaram o STF. Do outro, militantes de esquerda defenderam a democracia e reforçaram o coro contra a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Um retrato do Brasil atual
Este foi o segundo 7 de Setembro do governo Lula em seu terceiro mandato. A presença de Hugo Motta simbolizou a tentativa do governo de se aproximar de setores do centrão, enquanto a ausência do STF expôs fissuras institucionais.
Os protestos das arquibancadas reforçaram a percepção de que o Brasil segue polarizado, e de que nem mesmo um evento cívico é capaz de escapar da disputa política.
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