O mundo do cinema perdeu uma de suas figuras mais icônicas. Robert Redford, ator, diretor e fundador do Festival de Sundance, morreu nesta terça-feira (16), aos 89 anos. A informação foi confirmada por seu assessor, Cindi Berger. Redford era um dos últimos grandes astros de Hollywood de sua geração, deixando um legado que transcende a tela e inclui um profundo compromisso com o cinema independente e a preservação ambiental.
Com uma carreira que abrangeu mais de seis décadas, Redford ficou eternizado por papéis clássicos que definiram eras do cinema. Seu grande estrelato veio em 1969, ao lado de Paul Newman, no western cult “Butch Cassidy”. Outro marco foi sua atuação como o repórter investigativo Bob Woodward em “Todos os Homens do Presidente” (1976), filme que capturou o clima político tenso do escândalo de Watergate. Décadas depois, ainda provou seu poder de bilheteria com o sucesso romântico “Proposta Indecente” (1993), ao lado de Demi Moore.
Além de sua carreira como ator, Redford se consolidou como um diretor talentoso e sensível. Sua estreia na direção, com o drama familiar “Gente Como a Gente” (1980), foi um sucesso de crítica e público, rendendo-lhe dois Oscars: Melhor Diretor e Melhor Filme. Outros trabalhos notáveis na direção incluem “Nada é Para Sempre” (1992) e “Quiz Show: A Verdade dos Bastidores” (1994).
Mas talvez sua contribuição mais duradoura para a sétima arte tenha sido a criação do Sundance Institute e seu famoso festival, em 1981. Fruto de sua paixão pelo cinema autoral, o Festival de Sundance se tornou o principal palco do mundo para lançar e celebrar o cinema independente, servindo de trampolim para diretores como Quentin Tarantino e Steven Soderbergh.
Fora das telas, Redford era um ambientalista dedicado. Ele se mudou para Utah na década de 1960 e tornou-se um defensor vocal da preservação das paisagens naturais do Oeste Americano. Sua vida pessoal foi marcada por tragédias, incluindo a morte de sua mãe quando ele era jovem e a perda de seu filho, James, para o câncer em 2020.
Robert Redford sempre rejeitou a ideia de aposentadoria. Em uma entrevista em 2018, ele questionou: “Para mim, aposentadoria significa parar ou desistir de algo. Existe uma vida para levar, por que não vivê-la o máximo que puder, enquanto puder?”. Sua última aparição nas telas foi em “Vingadores: Ultimato” (2019), um testemunho de sua relevância contínua na cultura popular. Sua morte encerra um capítulo dourado de Hollywood, mas seu imenso legado artístico e cultural permanecerá vivo.








































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