Muitos torcedores de outros clubes brasileiros talvez não percebam a dimensão que o São Paulo tem no restante do continente quando o assunto é Libertadores. Os três títulos continentais, somados a campanhas marcantes, consolidaram o “San Pablo” como um adversário temido. Mesmo em períodos de vacas magras, é visto como um dos rivais mais difíceis por qualquer equipe de língua espanhola. Não à toa, a imprensa hermana costuma demonstrar entusiasmo e respeito sempre que um time de seu país precisa encarar “el mítico Morumbi”.
Na noite de ontem, no gramado igualmente histórico do Atanasio Girardot, a equipe de Hernán Crespo enfrentava pressão intensa dos colombianos nos minutos iniciais. Até que Edwin Cardona — ex-Boca e Racing e dono de um talento técnico inquestionável — teve nos pés a chance de abrir o placar. Mas o pênalti, cobrado rente à trave, não entrou. O camisa 10 já chegava visivelmente desgastado ao momento do chute. Para um são-paulino com a camisa de Lugano, a cena teria uma explicação simples: Cardona errou porque, de certa forma, tentava evitar o caminho para o Morumbi. Um erro que, naquele instante, podia ser visto quase como um sinal divino — fruto de um sincretismo improvável, capaz de fazer o torcedor rezar até para a lâmpada do banheiro, se fosse necessário.
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