O cenário artístico brasileiro perdeu uma de suas figuras mais carismáticas e longevas. A atriz e comediante Berta Loran morreu neste domingo (28), no Rio de Janeiro, aos 99 anos. A informação foi confirmada pelo Hospital Copa D’Or, que emitiu uma nota lamentando a perda e prestando solidariedade à família e amigos. Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 1926, Berta construiu uma trajetória impressionante que atravessou mais de sete décadas, deixando uma marca indelével no teatro, no cinema e, principalmente, na televisão brasileira.
Berta Loran ficou nacionalmente conhecida por seus papéis cômicos em programas de sucesso da TV Globo. Sua participação em atrações como “Zorra Total”, “Escolinha do Professor Raimundo” e “A Grande Família” a tornou uma figura familiar e querida pelo público. Além do humor, ela também atuou em diversas novelas, fazendo sua estreia na dramaturgia em “Amor com Amor se Paga” (1984), onde interpretou a empregada Frosina. Sua versatilidade a levou a participar de produções marcantes como “Cambalacho” (1986), “Cama de Gato” (2010) e a segunda versão de “Ti-Ti-Ti” (2011), consolidando uma carreira de rara durabilidade.
Nascida como Basza Ajs, ela adotou o nome artístico Berta Loran ao chegar ao Brasil, com nove anos de idade. Filha de um alfaiate com inclinações artísticas, o contato com o palco começou cedo, e aos 14 anos ela já fazia sua primeira apresentação. Ao longo da vida, estima-se que tenha vivido mais de 2 mil personagens no teatro e na TV, um testemunho de seu talento e dedicação. Para Berta, o humor era um dom inato que exigia precisão e timing impecáveis. A atriz foi casada duas vezes e não teve filhos, deixando como herança um vasto repertório de trabalho que continuará a entreter e inspirar futuras gerações.