A Polícia Civil de São Paulo concluiu o inquérito e indiciou o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) pelos crimes de perseguição e violência psicológica contra a influenciadora digital Cíntia Chagas, sua ex-esposa. O relatório de 60 páginas da 3ª Delegacia de Defesa da Mulher, finalizado em 15 de setembro, detalha que Bove submeteu a ex-mulher a ameaças, chantagens e tentativas de controle de sua carreira profissional, que conta com mais de 7,6 milhões de seguidores.
De acordo com as investigações, o parlamentar teria ameaçado “acabar com a carreira” de Cíntia caso ela não aceitasse assinar contratos com cláusulas consideradas abusivas durante o processo de divórcio. A influenciadora também relatou que Bove ameaçou expor intimidades e editar vídeos para prejudicar sua imagem publicamente. A delegada Dannyella Gomes Pinheiro, responsável pelo caso, afirmou no despacho que “restou plenamente provado” a prática dos crimes, enquadrados na Lei Maria da Penha. Testemunhas, incluindo uma assessora da vítima, corroboraram os episódios de controle e menosprezo.
Paralelamente ao inquérito, o Ministério Público de São Paulo pediu a revogação de uma medida cautelar que impedia Cíntia Chagas de falar sobre o caso nas redes sociais. O promotor argumentou que a restrição configurava risco de “violência institucional” contra uma possível vítima de violência doméstica. A defesa do deputado, por sua vez, emitiu nota afirmando que Cíntia estaria divulgando informações sigilosas e distorcendo a verdade, enquanto Bove nega todas as acusações. O caso segue agora para análise do Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia contra o parlamentar.