The Town 2025 Une Duas Gerações em Fim de Semana Histórico no Autódromo de Interlagos

O The Town 2025 consagrou-se como o festival mais diverso do ano ao celebrar duas gerações musicalmente opostas em um único fim de semana no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. O sábado (6) foi dominado pelo rap e trap com Travis Scott como headliner, atraindo milhares de jovens, enquanto o domingo (7) pertenceu ao rock nostálgico com Green Day e Iggy Pop.

Sábado: A Era do Rap e a Juventude em Êxtase
O primeiro dia foi marcado por um público majoritariamente jovem, muitos usando os característicos “óculos do Travis Scott” que viraram moda no evento. Apesar do tempo frio e nublado, o clima era de euforia entre os fãs do gênero.

Travis Scott entregou um show hipnótico de pouco mais de uma hora, conquistando um engajamento raro em festivais – conseguiu até fazer a geração Z guardar os celulares para viver o momento presente. Proibidos no evento, sinalizadores foram acesos na plateia durante sua apresentação, assim como no show de Don Toliver, que precisou ser pausado por 20 minutos por motivos de segurança devido à invasão do fosso do palco.

Lauryn Hill deu uma verdadeira aula de música ao apresentar-se com seus filhos YG e Zion Marley (neto de Bob Marley), encantando o público adulto com hits atemporais. O line-up do dia ainda incluiu potências nacionais como Matuê, que levou Teto, Wiu e Brandão ao palco, Filipe Ret, MC Cabelinho e a abertura histórica com o trio feminino Karol Conká, Ebony e Ajuliacosta, mostrando a força das mulheres no rap nacional.

Domingo: A Nostalgia do Rock e Gerações Unidas
Totalmente diferente do primeiro dia, o domingo foi povoado por nascidos entre os anos 70 e 90, muitos levando seus filhos para apresentar os ídolos de sua juventude. O Green Day roubou a cena com um show catártico de quase duas horas, onde não poupou críticas ao presidente americano Donald Trump, adaptando a letra de “American Idiot” para “I’m not a part of a MAGA agenda”.

Iggy Pop, aos 78 anos, desafiou qualquer noção de idade com energia impressionante, perdendo o colete em 5 segundos e se jogando no chão durante “I Wanna Be Your Dog”. O Bad Religion substituiu com maestria os Sex Pistols (que cancelaram) e deu uma aula de punk rock.

Os brasileiros também brilharam: Pitty promoveu um coral emocionante com direito a pedido de casamento na plateia, o CPM 22 focou nos três primeiros álbuns e levou fãs às lágrimas, e o Capital Inicial trouxe o clássico “Que País É Este?” com crítica à “PEC da Impunidade”. Supla surpreendeu com cover de Harry Styles e a banda Inocentes levantou bandeiras políticas.

Segurança e Produção
O festival investiu pesado em segurança com 2 mil profissionais, drones e 95 câmeras, apreendendo milhares de objetos proibidos na entrada. A organização manteve política de tolerância zero com sinalizadores, removendo do evento quem fosse flagrado com os dispositivos.