A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação de grande porte nesta quinta-feira (2) com o objetivo de desarticular uma sofisticada organização criminosa especializada em aplicar fraudes em concursos públicos de alto escalão. Segundo as investigações, o grupo é acusado de adulterar resultados em alguns dos certames mais concorridos do país, incluindo o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) — conhecido como o “Enem dos Concursos” —, os processos seletivos das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, e concursos da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
De acordo com a PF, os mandados judiciais estão sendo cumpridos simultaneamente em cidades dos três estados do Nordeste investigados: Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Duas prisões preventivas já foram efetuadas, e um terceiro mandado de prisão estava em andamento durante as buscas. A operação, que conta com o apoio do Ministério da Gestão e Inovação, também inclui o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares como o afastamento de cargos públicos e o sequestro de bens adquiridos com os supostos ganhos ilícitos.
As investigações detalham que os métodos de fraude utilizados pela organização eram diversificados e envolviam tecnologia. A principal conduta ilícita foi o uso de ponto eletrônico durante a realização das provas, equipamento que permite a comunicação com pessoas externas ao local de prova para receber as respostas. Outra modalidade consistia na falsificação de documentos para que “laranjas” — pessoas com maior conhecimento técnico — realizassem o exame no lugar dos candidatos reais. Há ainda indícios de que o grupo teve acesso antecipado ao conteúdo das provas em alguns certames.
Em nota oficial, a PF reforçou seu compromisso com a lisura nos processos seletivos: “Em conjunto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ministério da Gestão e Inovação, [a PF] vem ampliando mecanismos de fiscalização para garantir maior segurança, transparência e integridade nos processos seletivos realizados em todo o país”. O Ministério da Gestão também se manifestou, afirmando que a operação trata de uma “fraude pontual” no CNU e que foram ampliados os mecanismos de segurança para a segunda edição do concurso, confirmada para domingo (5). Todos os acusados já foram excluídos dos processos seletivos ou afastados dos cargos, e responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público.









































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