Bravata de Lula contra Trump: lei da reciprocidade é estratégia para animar a militância
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar em aplicar a lei da reciprocidade contra os Estados Unidos, em resposta às taxações impostas pelo governo Donald Trump. A declaração repercutiu como um gesto de enfrentamento, mas, na prática, tem mais cara de estratégia política para mobilizar a militância petista do que de uma medida concreta de política externa. Essa abordagem destaca a lei da reciprocidade Brasil EUA como um mecanismo de resposta potencial.
A aposta de Lula no discurso nacionalista
Diante de dificuldades para projetar sua reeleição e de queda de apoio popular, Lula enxergou na taxação americana uma chance de reviver o discurso patriótico. Historicamente associado à direita, esse discurso foi apropriado pelo presidente como forma de animar seus apoiadores e atacar adversários como Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse contexto, a ideia de implementar a lei da reciprocidade Brasil EUA ganhou destaque.
A estratégia funcionou por alguns dias. O tema deu novo fôlego à militância e permitiu ao governo conquistar espaço nas redes sociais. O problema é que a narrativa perdeu força rapidamente, exigindo de Lula uma nova tentativa de reacender a chama nacionalista.
O caminho burocrático da reciprocidade
Embora Lula tenha declarado que estuda aplicar a lei da reciprocidade, o gesto está longe de uma ação imediata. O caso foi encaminhado à Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), que terá 30 dias para avaliar, antes da criação de um grupo de trabalho interministerial. Somente após essa etapa poderiam ser definidas eventuais medidas. A aplicação da lei da reciprocidade Brasil EUA agora depende de decisões políticas.
Na prática, trata-se de uma decisão política que foi anunciada em tom de urgência, mas que, de fato, está presa ao caminho burocrático. Como diria a sabedoria popular: quem quer fazer, faz, não avisa que vai pensar em fazer.
Empresários em alerta e riscos à economia
A retórica de enfrentamento aos Estados Unidos causou apreensão entre empresários e exportadores brasileiros. O temor é que Trump, conhecido por suas decisões imprevisíveis, decida dobrar a aposta e elevar as taxações para 100%. Esse cenário poderia inviabilizar parte significativa do comércio exterior do Brasil com os EUA, impactando diretamente a geração de empregos e o crescimento econômico.
Além disso, o próprio Lula reconheceu que ainda não conseguiu estabelecer canais de diálogo com o governo norte-americano, o que reforça a sensação de isolamento diplomático.
Mais discurso do que ação
A chamada lei da reciprocidade, neste momento, parece menos uma medida concreta e mais uma bravata política. O objetivo é criar um inimigo externo para tentar unir a base e recuperar fôlego em um cenário de baixa popularidade. No entanto, a efetividade da lei da reciprocidade Brasil EUA ainda gera dúvidas. O efeito colateral, no entanto, é aumentar a insegurança no setor empresarial e expor ainda mais a fragilidade das relações entre Brasil e Estados Unidos.
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