Em Ligação com Lula, Trump Busca “Química” e Diálogo

Em um revelação que sinaliza uma potencial mudança no tom das relações bilaterais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva detalhou publicamente o conteúdo de sua ligação com o líder norte-americano Donald Trump. Durante agenda na cidade de Maragogipe, na Bahia, Lula contou que, na conversa de 30 minutos ocorrida na última segunda-feira (6), Trump usou uma expressão informal e surpreendente para descrever a nova dinâmica entre eles: “Lulinha, pintou uma química entre nós, vamos conversar, vamos discutir, sabe?”.

A fala, reproduzida por Lula nesta quinta-feira (9), foi recebida com otimismo pelo governo brasileiro como um sinal positivo para destravar as complexas negociações comerciais entre os dois países. O principal ponto de atrito é a taxação imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de produtos brasileiros, um tema que tem demandado intensa articulação diplomática. Lula endossou o sentimento, afirmando: “E é bom que pinte uma química mesmo”, demonstrando abertura para construir um canal produtivo de diálogo.

A ligação entre Lula e Trump, descrita por integrantes do Palácio do Planalto como tendo um “tom amigável” e sendo positiva, contou com a presença de uma comitiva de alto nível do governo brasileiro. Estiveram acompanhando o presidente o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social), além do assessor especial Celso Amorim, o que demonstra a importância estratégica atribuída ao contato.

Como um desdobramento direto dessa conversa, Trump designou o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, para dar continuidade às tratativas com as autoridades do Brasil. O primeiro passo nesse sentido já foi dado nesta quinta-feira, quando Rubio e o chanceler Mauro Vieira conversaram por telefone por cerca de 15 minutos. De acordo com relatos, o diálogo foi cordial, objetivo e sem hostilidades. Ambos combinaram um encontro presencial com suas equipes “o mais breve possível”, indicando um avanço concreto nas negociações para resolver o impasse sobre os impostos de importação e redefinir os termos da parceria econômica entre o Brasil e os Estados Unidos em um novo contexto político.