A situação do ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, na Itália, tomou um novo rumo nesta quarta-feira (1º). Tagliaferro foi localizado e detido brevemente pela polícia italiana, sendo liberado pouco depois, mas sob rigorosas medidas cautelares. De acordo com sua defesa, a Justiça italiana determinou a retenção de seu passaporte e restringiu sua circulação, impedindo-o de sair da cidade onde reside sem uma autorização expressa de um juiz local.
O incidente está diretamente ligado ao processo de extradição movido pelo Brasil. Em nota, os advogados de Eduardo Tagliaferro afirmaram que a abordagem policial ocorreu para que ele tomasse ciência oficial do pedido de extradição, que tramita na Justiça italiana. O ex-assessor, que foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), é alvo de uma denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por supostamente ter vazado mensagens sigilosas trocadas entre servidores do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
A defesa de Tagliaferro se manifestou de forma contundente, classificando os expedientes como “arbitrários, impertinentes e, por consequência, absolutamente ilegais”. Em comunicado, afirmaram que o cliente agiu de maneira cooperativa, entregando seus documentos voluntariamente, e que se comprometeu a não deixar a cidade. Eles também reforçaram a intenção de adotar “as medidas jurídicas cabíveis, no Brasil e na Itália, para esclarecer os fatos”, demonstrando confiança na Justiça para reverter a situação.
O caso ganhou contornos dramáticos com o pedido formal de extradição feito pelo ministro Alexandre de Moraes em agosto, acusando o ex-assessor de vazar dados sigilosos. O Ministério da Justiça confirmou que enviou a solicitação ao Itamaraty no dia 20 de agosto para que fosse formalizada junto ao governo da Itália. Tagliaferro está no país europeu há alguns meses, o que complica a ação imediata das autoridades brasileiras e torna a via diplomática e judicial da extradição a principal frente de atuação.
Este episódio é mais um capítulo no intenso embate público entre Eduardo Tagliaferro e Alexandre de Moraes. No início de setembro, em audiência no Senado, o ex-assessor apresentou sérias acusações, afirmando que o ministro teria adulterado datas em documentos para justificar operações da Polícia Federal. Segundo seu relato, ele foi obrigado a produzir um documento técnico após uma ação policial, mas a data foi alterada para fazer parecer que o material existia antes da operação, mascarando o fato de que a PF teria agido com base em uma notícia de jornal. Moraes, por sua vez, já se manifestou, negando veementemente as acusações e sustentando que todos os procedimentos foram regulares. O desfecho deste impasse agora depende decisivamente dos trâmites legais internacionais.




































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