Como diz o ditado: “os olhos são a janela da alma”. Da mesma forma, as janelas são elementos que permitem a conexão entre a vida no interior dos edifícios e a vida urbana.
Mais do que garantir ventilação e iluminação, as janelas constituem parte essencial da vitalidade de uma cidade. Quem já andou por uma rua completamente murada, sem janelas ou quaisquer aberturas visíveis, e não se sentiu inseguro ou isolado?
As janelas transmitem aos usuários da cidade a sensação de que, por trás delas, há alguém. Geram um sentimento inconsciente de segurança, de que existem olhos atentos voltados para o espaço público.
A vida urbana se apoia fortemente na coletividade, na cooperação entre as pessoas e na confiança implícita de que aqueles que caminham ao seu lado também são cidadãos como você.
Por isso, é fundamental valorizar os elementos de transição entre os ambientes internos dos edifícios e o espaço externo da cidade. Varandas que convidam a desfrutar da brisa no conforto do lar, janelas amplas que favoreçam maior conexão com o entorno e aberturas no nível da rua que possibilitem visibilidade e interação com os transeuntes são recursos que ampliam essa conexão.
Ainda que exista a preocupação com privacidade e segurança , e daí a origem de muros cada vez mais altos e fechados , persiste o paradoxo de que quanto mais murada for a cidade, maior será a sensação de insegurança para quem circula pelas ruas.
As janelas, portanto, não são apenas aberturas arquitetônicas: elas desempenham um papel essencial na construção de uma cidade mais segura, vibrante e coletiva. Ao favorecer a troca entre o espaço privado e o espaço público, elas estimulam a vitalidade urbana e reforçam os laços de confiança e pertencimento entre os cidadãos. Uma cidade com janelas ativas é uma cidade mais viva, acolhedora e humana.
