PF aponta deputado Binho Galinha como chefe de grupo miliciano

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD), é apontado pela Polícia Federal como o suposto chefe de um grupo miliciaano que atua em Feira de Santana, na Bahia. Nesta quarta-feira (1°), a PF deflagrou a Operação Estado Anômico para prender o parlamentar, que continua foragido, e cumpriu mandados contra sua família – incluindo a prisão de sua esposa, Mayana Cerqueira, e de seu filho, João Guilherme. A investigação revela a trajetória do político que começou como entregador de aves em um abatedouro (origem do apelido “Galinha”) e chegou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em 2022, com 49.834 votos.

De acordo com as investigações, o grupo comandado por Binho Galinha atua há mais de uma década em crimes de lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada. O esquema utilizava uma loja de autopeças do deputado, a Tend Tudo, como fachada para movimentações financeiras ilícitas. Auditores identificaram que a empresa recebeu impressionantes R$ 40,7 milhões sem lastro suficiente em notas fiscais, com indícios claros de lavagem de capitais. A PF também bloqueou R$ 9 milhões em contas bancárias dos investigados durante a operação.

Esta não é a primeira vez que Binho Galinha e sua família são alvo da Justiça. Em 2023, eles já haviam sido presos na Operação El Patrón, mas conseguiram liberdade posteriormente. O caso chegou ao STF, que em agosto deste ano validou as provas coletadas, revertendo decisão do STJ que havia anulado parte da investigação. A presidente da Alba, deputada Ivana Bastos, informou que o Conselho de Ética da Casa será acionado para analisar o caso do parlamentar, que nega todas as acusações.