O secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Roberto Sá, classificou a morte dos dois adolescentes em um tiroteio na escola estadual de Sobral como uma “execução”. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (25), o secretário afirmou que a movimentação dos suspeitos indica que o crime foi premeditado, caracterizando um ataque direto contra as vítimas. A declaração reforça a gravidade do caso, que chocou a cidade do interior cearense e reacendeu o debate sobre a violência nas escolas.
De acordo com Roberto Sá, as investigações em andamento apontam para a ação do crime organizado no ambiente escolar. “Repudiamos e lamentamos profundamente o fato da droga nesse contexto, com arma de fogo, com impunidade, gerar esse espiral de violência que o Brasil vive, e que a gente também se depara com essa realidade aqui no Ceará”, declarou o secretário, vinculando o episódio ao contexto nacional de violência. A Polícia Civil já identificou os dois suspeitos envolvidos no tiroteio, maiores de idade e supostamente ligados a uma facção criminosa que atua na região.
O ataque ocorreu durante o intervalo das aulas, quando os atiradores, posicionados na calçada, efetuaram os disparos que atingiram os adolescentes no estacionamento da escola. Dois dos três estudantes feridos já receberam alta hospitalar. Um detalhe revelado pela investigação é que uma das vítimas, um adolescente de 16 anos, já possui passagem pela polícia por atos infracionais análogos a crimes graves, incluindo homicídio e porte ilegal de arma. Com as vítimas, foi apreendida uma quantidade de drogas, balança de precisão e embalagens, indicando o envolvimento com o tráfico.
Diante da gravidade do fato, a Escola Estadual Luis Felipe terá as aulas suspensas até que as autoridades garantam condições de segurança para o retorno dos alunos. Um comitê de crise com representantes dos governos municipal, estadual e federal foi formado para coordenar as ações. O Gabinete de Gestão de Eventos Complexos da SSPDS-CE continua com as buscas para capturar os executores do crime, que permanecem foragidos.