Putin afirma estar disposto a receber Zelensky em Moscou, mas questiona utilidade do encontro

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (3) que está aberto a uma reunião com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, caso este aceite viajar a Moscou.

Durante visita a Pequim, Putin revelou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria sugerido o encontro.
“Donald me perguntou se seria possível realizar tal reunião. Eu disse que sim, é possível. Se Zelensky estiver disposto, que venha a Moscou. Tal reunião acontecerá”, afirmou o chefe do Kremlin.

Apesar da declaração, o próprio Putin levantou dúvidas sobre a real utilidade do diálogo. “Nunca descartei essa possibilidade, mas é preciso avaliar se haveria algum sentido”, disse.

A proposta, no entanto, é considerada inviável para Kiev. Desde o início da invasão em larga escala, em fevereiro de 2022, o governo ucraniano afirma ter desmantelado diversas tentativas russas de assassinato contra Zelensky.

Contexto da guerra

A ofensiva russa contra a Ucrânia já dura mais de dois anos e resultou na ocupação de cerca de 20% do território ucraniano. Ainda em 2022, Putin anunciou a anexação de quatro regiões: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.

Os combates permanecem concentrados no leste do país, com avanços lentos das tropas russas. Paralelamente, Kiev intensificou ataques dentro da Rússia, alegando ter como alvo estruturas estratégicas do Exército inimigo.

Moscou, por sua vez, ampliou as ofensivas aéreas, incluindo ataques com drones. Embora ambos os lados neguem bombardear civis, milhares de pessoas — em sua maioria ucranianas — já perderam a vida.

Estima-se que centenas de milhares de soldados tenham morrido ou ficado feridos na linha de frente, mas números oficiais de baixas militares não são divulgados. Segundo os Estados Unidos, o conflito já deixou 1,2 milhão de vítimas entre mortos e feridos.