O hexacampeão mundial de skate vertical, Sandro “Mineirinho” Dias, entrou mais uma vez para a história do esporte radical nesta quinta-feira. Aos 50 anos, o skatista quebrou o recorde mundial de maior “drop” (descida) ao se lançar de uma altura de 70 metros em uma megarrampa montada na fachada do icônico prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre. O feito, realizado sob a supervisão do Guinness World Records, superou sua própria marca de 65 metros, estabelecida minutos antes durante o evento “Building Drop”.
A conquista foi resultado de uma progressão cuidadosa. Mineirinho realizou quatro descidas, aumentando a altura a cada tentativa: 55m, 60m, 65m e, finalmente, os históricos 70 metros. Após a descida recorde, o skatista, visivelmente emocionado, explicou que havia chegado ao seu limite. Ele citou fatores como a velocidade extrema, a força G, e as condições de vento como elementos de risco. “Qualquer vacilo chega a ser risco de morte, vamos preservar nossa vida. Estou satisfeitíssimo. Provou que a gente consegue se superar a hora que a gente quiser”, declarou Mineirinho, dedicando o feito aos pais.
Além do recorde de altura, o skatista também buscou a marca de maior velocidade em um skate padrão, tendo atingido impressionantes 94 km/h durante a descida final. O evento, promovido pela Red Bull com apoio do Governo do RS, transformou o prédio de 85 metros de altura – cujo formato sempre alimentou o imaginário dos skatistas – em um cenário perfeito para a manobra histórica. Como contrapartida, a organização se comprometeu a construir e revitalizar pistas de skate públicas no estado, fomentando o esporte.
A preparação para o desafio foi intensa e incluiu treinos com coletes de mais de 40 kg para simular os efeitos da força G e testes de velocidade em asfalto para compreender a aerodinâmica. Mineirinho, que já havia realizado uma ação similar na Ponte Estaiadinha em São Paulo, em 2019, coroou uma longa carreira com um feito que parecia impossível, realizando o sonho antigo de muitos fãs que imaginavam o CAFF como uma gigantesca pista de skate.