A Polícia Federal prendeu em Brasília um casal de estrangeiros incluído na lista de difusão vermelha da Interpol por envolvimento em esquema de fraude financeira e lavagem de dinheiro na Geórgia. Erick Justin Jorgensen, americano de 52 anos, e Ekaterine Jorgensen, russa de 40 anos, foram detidos em agosto enquanto comemoravam o aniversário de 17 anos da filha em uma residência na capital federal.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques, relator do processo de extradição movido pelo governo georgiano. O casal havia sido condenado à prisão pelo Tribunal da Cidade de Tbilisi, na Geórgia, por crimes cometidos entre maio e agosto de 2020, envolvendo operações financeiras fraudulentas e lavagem de capitais.
Após a prisão, Erick Jorgensen foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda, enquanto Ekaterine foi levada para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. A filha do casal, menor de idade, foi encaminhada ao Conselho Tutelar. O STF solicitou ao Ministério Público Federal que avalie a conversão da prisão preventiva de Ekaterine para o regime domiciliar para que possa cuidar da adolescente.
Processo de Extradição em Andamento
O governo da Geórgia formalizou o pedido de extradição do casal para que cumpram a pena no país europeu. Em sua análise preliminar, o ministro Nunes Marques considerou que não há impedimentos legais para a extradição, uma vez que:
- Os extraditandos não são brasileiros natos ou naturalizados;
- Os fatos são considerados crime tanto no Brasil quanto na Geórgia;
- Os crimes não são de natureza política ou de opinião;
- Não houve prescrição segundo as leis brasileiras e estrangeiras;
- As penas aplicadas são superiores a dois anos de prisão.
O ministro também destacou que Erick Jorgensen teve pedido de refúgio negado pelas autoridades brasileiras, enquanto o processo de Ekaterine ainda estava em análise no momento da prisão.
Defesa Alega Perseguição e Irregularidades
O advogado de defesa do casal, Paulo Veil, contestou a legalidade da prisão, descrevendo-a como “ilegal e desumana” por ter ocorrido durante a celebração do aniversário da filha. A defesa alega que existe uma “perseguição envolvendo a máfia georgiana” e que a extradição equivaleria a “sentenciar a morte” dos clientes.
Os advogados também argumentam que não existe tratado de extradição bilateral entre Brasil e Geórgia que ampare o caso, e que o pedido de refúgio de Ekaterine ainda está em análise, o que poderia impedir a extradição.
O casal reside no Brasil desde 2023, tendo morado anteriormente em Mato Grosso e Pernambuco antes de se estabelecer em Brasília. O caso segue sob análise do STF, que deverá decidir sobre o futuro do casal e a possibilidade de extradição para a Geórgia.









































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