Em um reconhecimento internacional de grande impacto político, a líder da oposição venezuelana María Corina Machado foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira (10). O anúncio foi feito pelo Comitê Norueguês do Nobel, que justificou a decisão pelo “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
A premiação é um forte endosso à resistência democrática no país caribenho e eleva significativamente o perfil de Machado no cenário global. Em sua declaração, a organização afirmou que a ativista ajudou a “manter a chama da democracia acesa em meio a uma escuridão crescente”, uma clara referência ao governo de Nicolás Maduro. O Nobel da Paz para María Corina ocorre em um momento crítico para a Venezuela, onde a oposição enfrenta crescentes obstáculos para participar do processo político.
A escolha do comitê chamou a atenção por se concentrar na crise venezuelana, em um ano em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era amplamente comentado como potencial candidato ao prêmio. Especialistas já haviam antecipado que Trump dificilmente seria agraciado, pois suas políticas estariam desmantelando a ordem internacional que o próprio comitê do Nobel busca preservar. Diferentemente de outros anos, a premiação de 2024 evitou polêmicas geopolíticas mais amplas e focou em um símbolo específico da luta por liberdades fundamentais.
María Corina Machado, uma das vozes mais proeminentes contra o chavismo, já havia pedido boicote a eleições enquanto Maduro permanecesse no poder. Sua atuação tem sido central para unificar setores da oposição, mesmo enfrentando perseguições políticas e a falta de garantias eleitorais. O Prêmio Nobel da Paz, que será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro, é dotado de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de US$ 1,2 milhão. A concessão do Nobel a Machado coloca um holofote global sobre a crise democrática na Venezuela e pode reconfigurar os esforços internacionais para mediar uma solução política no país, tornando-se um dos capítulos mais significativos da história recente do prêmio, ao lado de figuras como Aung San Suu Kyi e Malala Yousafzai.









































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