Trump Proclama “Amanhecer Histórico” em Discurso no Oriente Médio

Em um momento carregado de simbolismo político, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (13) que o Oriente Médio vive um “amanhecer histórico”, durante seu discurso em Israel. A fala ocorreu em meio ao frágil, mas em andamento, processo de troca de reféns israelenses por detidos palestinos, uma parte crucial do acordo de cessar-fogo por ele intermediado na Faixa de Gaza.

Em tom triunfalista, Trump proclamou o início de uma nova era para a conturbada região. “Este é o amanhecer histórico de um novo Oriente Médio”, afirmou, direcionando-se a uma plateia que incluía autoridades israelenses. Ele foi além, declarando que as forças do caos e do terror que assolavam a região estavam, em sua avaliação, “enfraquecidas, isoladas e totalmente derrotadas”. O presidente americano também celebrou a emergência do que chamou de “uma nova coalizão de nações orgulhosas e responsáveis”, sinalizando uma mudança no alinhamento geopolítico local.

O discurso de Trump não se limitou a comentar o acordo imediato com o Hamas. O republicano demonstrou claramente sua intenção de usar este momento como um trampolim para expandir os Acordos de Abraão, um dos principais legados de seu primeiro mandato. Esses acordos, que normalizaram as relações diplomáticas entre Israel e nações árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, são a base de sua visão para a região. Trump argumentou que o sucesso atual deve criar um “momento estimulante” capaz de acabar com inimizades regionais que persistem há décadas, sugerindo que mais países árabes poderiam se aproximar de Israel em um futuro próximo.

A cena em Israel, no entanto, não foi de consenso total. O discurso de Trump foi brevemente interrompido por um parlamentar da oposição, um lembrete das complexidades e divisões políticas internas que cercam qualquer processo de paz. Apesar disso, a mensagem central do presidente americano foi de otimismo e vitória. Sua presença no país durante a sensível troca de reféns entre Israel e Hamas foi encenada para projetar uma imagem de liderança decisiva e bem-sucedida, posicionando-o não apenas como um mediador, mas como o arquiteto de uma nova ordem no Oriente Médio, um feito que ele sem dúvida utilizará como capital político tanto em casa quanto no palco internacional.