Educador do CED 4 do Guará levou socos após pedir que estudante parasse de mexer no celular durante a aula; lei sancionada por Lula proíbe uso de aparelhos em sala
“Ele chegou me xingando e me socando”, relata o professor
De acordo com o educador, a confusão começou quando ele chamou a atenção da aluna, que se recusava a copiar o conteúdo do quadro. “Eu chamei a atenção dela em sala de aula, porque ela estava usando o celular na hora que não era para usar. Aí ela deve ter chamado ele, e ele foi na escola na mesma hora para tirar satisfação comigo. Eu fui ríspido com ela. Falei que não era para mexer no celular e era para copiar o conteúdo que estava no quadro”, contou o professor.
Nas imagens das câmeras internas, o pai da estudante — identificado como Thiago Lênin Sousa — aparece entrando na sala de coordenação e desferindo uma sequência de socos na cabeça do professor, que tenta se proteger enquanto outros funcionários tentam contê-lo.
Segundo o relato da vítima, o ataque foi repentino: “Já tinha terminado o primeiro horário. Estava no intervalo e fui na coordenação pegar um pincel para usar em sala. Fui surpreendido por esse senhor. Na verdade, ele não falou nada, já chegou me xingando e me socando.”
Filha tentou impedir agressão
Nas gravações, é possível ver a filha do agressor tentando conter o pai e aplicando um “mata-leão” para impedi-lo de continuar. Outras três estudantes presenciaram a cena, que gerou pânico entre os presentes.
Agressor responderá por três crimes
Após a confusão, Thiago Lênin Sousa foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) — documento usado para crimes de menor potencial ofensivo. Ele vai responder em liberdade por lesão corporal, injúria e desacato.
Em depoimento, o homem afirmou que a filha ligou dizendo que o professor havia xingado a estudante e admitiu ter “partido para cima” do educador, embora tenha negado ameaças. Procurado pela imprensa, Thiago Lênin informou que não vai se pronunciar sobre o caso.
Secretaria repudia agressão e reforça segurança
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que a Coordenação Regional de Ensino do Guará está acompanhando o caso e que a Corregedoria da pasta vai apurar os fatos. O órgão acionou o Batalhão Escolar para reforçar a segurança na entrada e saída dos alunos nos próximos dias.
“A Secretaria repudia qualquer forma de violência no ambiente escolar e reafirma o compromisso de garantir um espaço seguro, acolhedor e respeitoso para toda a comunidade”, diz o comunicado.
Lei proíbe celulares em escolas
A lei sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2025 determina que celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos não podem ser utilizados em sala de aula, salvo quando o uso for autorizado pelo professor para fins pedagógicos. O texto foi aprovado no Congresso após uma série de episódios de indisciplina e violência em escolas públicas.





































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