Ex-assessor acusa gabinete de Alexandre de Moraes no STF de fraudar relatórios contra empresários bolsonaristas
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Tagliaferro, afirmou nesta terça-feira (2/9) que o gabinete do magistrado teria fraudado relatórios para justificar a deflagração de uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022.
A declaração foi dada durante sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado, realizada de forma remota no mesmo dia em que o STF iniciou o julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de tentativa de golpe de Estado.
O colegiado é presidido pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e conta com forte atuação de parlamentares aliados do ex-presidente.
Acusação de fraude
Segundo Tagliaferro, que atuou como chefe de gabinete da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, quando Moraes presidia a Corte, houve manipulação em documentos internos.
De acordo com ele, relatórios teriam sido alterados para sustentar medidas judiciais que levaram à investigação e busca contra empresários apoiadores de Bolsonaro, acusados na época de financiar atos antidemocráticos.
Contexto político
A fala acontece em meio a uma das fases mais sensíveis do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, no qual Alexandre de Moraes é o relator. A acusação contra o ex-presidente inclui tentativa de golpe, organização criminosa e incitação a atos que culminaram no 8 de janeiro de 2023.
Tagliaferro, que foi desligado do TSE em 2022, não apresentou provas materiais durante a audiência, mas afirmou que está disposto a colaborar com futuras investigações sobre o caso.
A denúncia reforçou críticas de parlamentares bolsonaristas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, ampliando a polarização política em torno do julgamento histórico contra Bolsonaro.
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